Precisamos entender o que é o tarifaço do Trump!

Presidente Donald Trump revela novas tarifas de comércio Foto: EFE/EPA/KENT NISHIMURA / POOL

Estamos em um momento crucial de uma nova ordem geopolítica global. Concordar ou discordar da política intitulada “tarifaço do Trump” é um direito de qualquer indivíduo e passa necessariamente sobre suas convicções políticas, econômicas e sociais.

Os Estados Unidos necessitam que o dólar continue sendo a moeda forte do mundo. Seu processo de desindustrialização é inexorável e traz consigo a necessidade de financiamento de sua balança comercial; este financiamento precisa ser realizado necessariamente pelo lado monetário da economia.

Em contrapartida a esse cenário, a China trabalha com uma política fiscal dura, que gera sucessíveis superávits primários. Estudos demonstram que sua soma já passa dos incríveis 3 trilhões de dólares em ouro, dólar e demais papéis-moeda cada vez mais diversificados.

Nesse cenário, é assustador diagnosticar o quão razo os veículos de comunicação no Brasil informam sobre este momento importante e delicado da economia e da geopolítica mundial. Levar esta discussão ao conceito de que as medidas atuais adotadas pelos EUA são um mero capricho de seu atual governante é empobrecer um debate importante, emburrecer uma legião de eleitores e trazer “névoa” a um cenário no qual as decisões internas, que podem auxiliar o Brasil, acabam sobrepostas por uma pseudopolítica insustentável do Tio Sam.

Estressar o cenário para negociar em melhores condições sempre foi uma estratégia de negociação, você goste ou não dessa metodologia.

Achar que o multiculturalismo que permeia negociações multilaterais entre nações, muitas vezes sem o rigor comercial necessário, quase que como uma política de “cotas comerciais” para países perifericos é a única forma de fazer negócio e/ou diminuir desigualdade social ou regional é simplificar um debate econômico que possue “N” variáveis; e, portanto, é bem mais denso e complexo que as notícias veiculadas na mídia.

É vital que o governo brasileiro entenda o cenário geopolítico que está sendo redesenhado, para que possa atuar em defesa da nossa economia. Se continuarmos nessa toada de que o “Trump malvadão” quer acabar com o mundo, vamos mais uma vez ser fadados a uma condição de Nação periférica, quando temos potencial para avançar na ordem econômica mundial.

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